Há exatos 2 meses atrás, no dia 31 de janeiro de 2009, aos 82 anos, João Conrado do Amaral Gurgel, despede-se de nós, após um longo período de depressão e mal de Alzheimer.Apesar disso, sempre foi um homem forte, tanto fisicamente quanto em relação aos seus ideais. Fez o que até hoje nenhum brasileiro conseguiu, ou seja, fabricar cerca de 44 mil veículos e exportar para 42 países.Desde a faculdade de engenharia, seu objetivo era fazer um veículo urbano, extremamente econômico, pequeno e leve. Já imaginava o caos das grandes cidades brasileiras com veículos pesados, grandes e extremamente poluentes.Para ele, os carros deveriam se adaptar as cidades e não o contrário. Ou seja, a concepção de um veículo deveria levar em consideração aspectos como trânsito, espaços disponíveis para estacionar, alto preço dos combustíveis, uso de combustíveis menos poluentes etc.Ele estava bem à frente do seu tempo, e sempre foi reconhecido por isso.Somente em 1989, ele alcançou seu sonho e fabricou o BR-800 e uma série de outros veículos compactos que utilizam o mesmo o motor. Bem antes disso, nas décadas de 1970 e 1980, chegou a fabricar e comercializar algumas unidades do Itaipu, veículo movido a energia elétrica que tinha autonomia para rodar 60 quilômetros sem recarga. Com tantos feitos, os conhecedores da história da Gurgel imaginam o que ela poderia estar “aprontando” para nós atualmente.Mas para conseguir que um veículo de 800 cilindradas chegasse ao mercado sem grandes alardes, a Gurgel bolou uma estratégia diferenciada. Passou mais de duas décadas fabricando utilitários e veículos com ótimo desempenho off road. Assim, conseguiu a confiabilidade necessária dos consumidores para comprarem um veículo que se mostrava tão moderno.A Gurgel tinha até marketing dirigido especialmente para fazendeiros e jovens caçadores de aventuras.Os ícones que ainda passeiam em trilhas são, principalmente os veículos: X10, X11, X12, Tocantins e o X15, todos com mais de uma versão (teto de lona, teto rígido etc).Infelizmente, Amaral Gurgel não está mais entre nós, mas seu espírito guerreiro continua forte pelas trilhas e asfaltos de 42 países.Sentiremos saudades desse homem de fibra!
terça-feira, 31 de março de 2009
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