segunda-feira, 18 de julho de 2011

Os "erros" nos livros didáticos

Todos nós não conhecemos nenhum ato humano que não seja passível de erro.

Achar que com uma ilustração errada num livro didático, o aluno terá problemas no Enem é o mesmo que dizer que o aluno irá muito bem na prova porque todo o resto está certo. E não é bem assim que funciona.

Essa supervalorização do livro, por muitas vezes, acaba apagando o personagem mais importante do processo ensino-aprendizagem: o professor!

Quem trabalha com livros o quanto tem que se rebolar para “adequar” os livros aos professores tanto da rede pública quanto da rede privada que atuam em território nacional.

Dessa forma, saudades da minha Professora Deusa de Geografia que pedia que fizéssemos correções de informações erradas do livro do Melhem Adas, eu escrevi Melhem Adas e era dessa forma aprendíamos mais.

Sem alardes, sem espantos... Nem da professora, nem dos alunos, nem dos pais. Ao final do terceiro bimestre (porque ela sempre fazia uma viagem internacional de meses no último bimestre) o livro já estava cheio de emendas e correções.

Enfim... os livros didáticos podem até tentar, mas não ensinam nada. No máximo, passam informações erradas.Quem ensina é o professor! O livro é apenas um instrumento de trabalho. Quem já deu aula sabe disso. E isso não desmerece o livro em nada, apenas o coloca em seu devido lugar.

Além disso, o livro Por uma vida melhor, de Heloisa Ramos, que foi malhado na imprensa por “ensinar errado” faz tudo, menos “ensinar errado”. Se assim for, podemos propor que todos os discos do Adoniran e filmes do Mazzaropi sejam queimados em praça pública pela condenação da não utilização da norma culta. Também podemos propor um eterno silêncio coletivo e que só abram a boca aqueles que falam sempre “corretamente”.

O fato é que a sociedade civil critica o livro sem ao menos ter feito uma leitura daquilo que está sendo criticado.

Aqui todos conhecem as intenções da Folha de São Paulo no empenho as críticas em relação a tudo o que não é governado pelo PSDB. Quem leu o livro sabe que essa acusação de “ensinar errado” não procede e o Ministro da Educação Fernando Haddad foi sensacional ao defender o livro publicamente, mas isso pouco repercutiu.

Quem trabalha com livros, trabalha para que não haja erros, mas essa caça aos erros poderá prejudicar todo o programa do PNLD caso não haja melhores esclarecimentos sobre tais “erros” junto às entidades civis.

Até agora, infelizmente, as editoras ficam rindo da desgraça da editora que foi alvo da polêmica e autores com medo de alguma infelicidade.

Semear e divulgar o outro lado da moeda é preciso.

Encerro aqui com um salve aos Professores e ao PNLD que possibilitou que alunos do Brasil inteiro tenham livro para estudar.

E um salve especial ao Ministro Paulo Renato que faleceu recentemente (25/06/2011) e foi um dos grandes responsáveis pela existência desse projeto educacional. Cheio de imperfeições, mas ainda nobre e indispensável.

Fábio Evangelista



Mazzaropi em cena do filme O corintiano, na Praça Charles Müller, em frente ao estádio do Pacaembu na cidade de São Paulo


Notícia de referência: http://www.correiodoestado.com.br/noticias/livro-de-geografia-ja-fez-a-transposicao-do-velho-chico_114102/



quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Made in England

Caros amigos,


Como bem sabem para mim futebol é coisa de lords, esporte de elite, coisa fina mesmo.

Faço sempre questão de lembrar as origens do nosso esporte bretão.

Ser um lord é cumprimentar com todas as honras o ex-presidente de um clube rival ao meu time do coração. Um verdadeiro ícone do futebol brasileiro. Fiz questão de uma foto.

É bem verdade que quando eu me apresentei como corinthiano o querido presidente teve alguns segundos de olhos arregalados, mas para acalmá-lo, eu disse:

“Você é um dos grandes personagens do futebol brasileiro, faço questão de cumprimentá-lo”.

Ele sorriu.

O que eu pensei mas não falei:

"Obrigado por ter levado o palmeiras para a Segunda Divisão!"

Pensar e não falar são atos nobres, coisas de lords, talvez vocês não entendam!

Obrigado Mustafá!


Eu, Fábio Evangelista e Mustafá - um personsagem do futebol brasileiro - no Rotisserie Bologna em agosto de 2010.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

não recebi a sua resposta!

Texto sobre as notícias do assassito de Glauco Villas Boas, líder espiritual da Igreja Céu de Maria e as matérias sensacionalistas da revista Veja.

achei essa resposta fantástica! li muitas, mas só essa me tocou!
vale a pena ler mesmo sem sequer ter lido a Veja publicada em 24/03/2010. Essa resposta é um ponto de luz, numa sociedade que esquece e nega seus antepassados a todos instantes e ao mesmo tempo sofre com dramas comuns a seres humanos de todas as épocas e gerações.
antes de cristo já existia dor, amor, sofrimento e paixão! mas a gente parece esquecer isso e tratar todos os nossos dramas como algo inédito, exclusivo - o tal do ninguém me entende, ninguém sofre como eu...
e nem sequer percebemos que nos querem assim... nos sentindo como algo novo, exclusivo e único que também irá precisar de produtos novos, exclusivos para abastecer o coração.
nossa felicidade tem cabine dulpa e air bag, 100 metros quadrados com varanda no bairro charmoso que é a sua cara!
tudo de valor tem preço...
e o conhecimento de sociedades antigas, vale quanto?
e óbvio que não tô falando de nenhum artefato histórico contrabandeado ou roubado de museu...
mas quanto vale o respeito as sociedades antigas?
e óbvio que não tô falando de nenhuma viagem para Grécia ou Roma.
é triste, e é fato que vivemos onde somente heranças de evolução tecnológicas são respeitadas e bem vindas. É comum rir do próprio Walkman como algo ultrapassado, ou ainda encaminhar e dar boas gargalhadas com e-mails satirizando as evoluções tecnológicas dos anos 80... rá rá rá! Lembra daquilo? Que tosco!!! mais risadas de escritório!
infelizmente, na história da humanidade tradições e visões fantásticas de mundo foram dizimadas por povos já corrompidos pela ganância financeira e comercial.
já conheciam a moeda e seus lucros, mas sabiam pouco da relação homem x natureza... aliás, de floresta não sabiam nada... quem vivia na selva, era selvagem...
sabiam nada da essência humana... da nossa ligação com a terra.... da nossa ligação do universo, e principalmente da nossa ligação com o si mesmo.
triste é saber que esse processo ainda não acabou e ainda está lá na banca da esquina, pronta para ser comprada.
um salve para o concreto! um brinde aos proprietários! respeito aos vencedores!
que essas palavras abaixo, incomodem!

fábio evangelista

Segue o texto:


"O Acre no Altar*Moisés Diniz, deputado estadual pelo PCdoB do Acre. A revista Veja acaba de publicar uma sensacionalista reportagem sobre o assassinato do cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e de seu filho Raoni, 25. Na reportagem, sem nenhuma base material, a revista acusa o criminoso Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, Cadu, de ter ingerido ayahuasca, levando-o a cometer o crime. De forma irresponsável e leviana, a revista acusa o uso da ayahuasca como causa do crime e passa a agredir a história dos três líderes que, aqui no Acre, fundaram religiões amazônicas, de raízes indígenas: o mestre Raimundo Irineu Serra, o mestre Daniel Pereira de Matos e mestre Gabriel. Na tentativa de dar base científica à reportagem, a revista Veja produz um Frankenstein de intolerância religiosa, de desinformação e de preconceito com religiões amazônicas e indígenas. Em nenhum momento cita um estudo científico, com suas fontes e suas provas acadêmicas. Quando cita a Associação Brasileira de Psiquiatria, não apresenta nenhum especialista, nenhuma fonte demonstrativa ou qualquer prova do que escreve na reportagem. Apenas apresenta a caricatura de um "bacana" com transtorno psíquico, esquizofrênico, que fumava maconha, e que tinha uma mãe e uma tia-avó também esquizofrênicas. Não apresenta outros casos semelhantes pelo Brasil afora. São mais de 200 centros, entre União do Vegetal e Santo Daime, com mais de 30 mil seguidores. Por que o caso Glauco deveria servir de regra para uma religião que já completou mais de meio século sem um único caso de violência ou morte entre aqueles que a praticam? Aqui no Acre, entre as igrejas do Alto Santo, Barquinha e União do Vegetal, são milhares de seguidores gozando de elevada qualidade de vida, respeitados socialmente e livres das pragas do alcoolismo e do consumo de drogas. Aqui no Acre, entre os seguidores do Santo Daime, da UDV e da Barquinha, há juízes e promotores, jornalistas renomados, deputados e prefeitos, médicos e economistas, empresários, professores de universidades, delegados, policiais, membros de academias e de instituições laicas e respeitadas. Homens e mulheres que estudam, acessam as bibliotecas e estão informados sobre os avanços da ciência, as curvas da economia e da política e as reportagens fantasiosas, levianas, preconceituosas, anticientíficas e mentirosas de Veja. Milhares de jovens escaparam das grades dos presídios e até da morte porque abraçaram a religião dos entes mágicos da floresta, das ancestrais aldeias indígenas e da fraternidade de viver como irmãos nos dias de louvor, sob a simplicidade de seus hinos e do consumo ritualístico da ayahuasca. Não há um único caso de agressão física, de violência, de distúrbio ou de morte entre os seguidores da UDV, do Santo Daime ou da Barquinha, em mais de meio século de religião, entre milhares de seguidores. A revista Veja deturpou tudo: a história e a resistência dos líderes religiosos, o papel espiritual e social que cumpre as igrejas ayahuasqueiras, a origem indígena milenar e a longa tradição de vida saudável de seus membros. A revista Veja só não esqueceu daquilo que está lhe ficando peculiar: escrever com preconceito e leviandade. Veja sequer respeitou a história. A ayahuasca serviu como base para o estabelecimento de diferentes tradições espirituais por comunidades indígenas nos países amazônicos desde tempos imemoriais. Os povos indígenas utilizaram a ayahuasca como um elo imaterial com o divino que estava entre as árvores, os lagos silenciosos, os igarapés. É que, para eles, a natureza possuía alma e vontade própria. Povos indígenas do Brasil, Peru, Bolívia, Colômbia e Equador, há quatro mil anos, utilizam a ayahuasca em seus rituais sagrados, como o padre usa o vinho sacramental na Eucaristia e os indígenas bebem o peyote nas cerimônias sincréticas da Igreja Nativa Americana. O uso ritualístico da ayahuasca é bem mais antigo que o consumo do saquê ou Ki, bebida sagrada do Xintoísmo, usada a partir de 300 a .C, feito do arroz e fermentado pela saliva feminina, sendo cuspida pelas jovens virgens em tachos. As origens do uso da ayahuasca nos países amazônicos remontam à Pré-história. Há evidências arqueológicas através de potes e desenhos que nos levam a afirmar que o uso da ayahuasca ocorra desde 2 mil a.C. A utilização da ayahuasca pelo homem branco é uma acolhida da espiritualidade das florestas tropicais, um banho de rio milenar e sentimental do tempo em que os povos amazônicos viviam em fraternidade econômica e religiosa. Os ataques ao uso ritualístico- religioso da ayahuasca, como bebida sacramental, nos autoriza a afirmar que podem estar nascendo interesses menos inocentes e mais poderosos do que uma simples preocupação acadêmica com a utilização de substâncias psicoativas. Nunca é bom esquecer que a ayahuasca é uma substância natural exclusiva das florestas tropicais dos países amazônicos e pode alimentar interesses econômicos relacionados a patentes e elevar a cobiça sobre a nossa inestimável biodiversidade. Não custa nada ficar alerta para essa esquizofrenia da grande mídia em atacar o uso ritualístico- religioso da ayahuasca. É mais fácil roubar um pão numa padaria do que uma hóstia no altar, mesmo que os dois sejam feitos do mesmo trigo. Por que tanto interesse em dessacralizar o uso da ayahuasca? A ayahuasca é uma combinação química simples e ao mesmo tempo complexa, que envolve um cipó e um arbusto endêmicos do imenso continente amazônico. Simples porque a sua primitiva química material da floresta é realizada por homens comuns, do pajé ao ayahuasqueiro dos templos amazônicos. Complexa porque envolve a elevação de indicadores psico-sociais de qualidade de vida e ajuda a atingir estados ampliados de consciência dos usuários. Isso por si só já alça a ayahuasca a um patamar superior no plano do controle científico dessas duas ervas milenares. Assim, a ayahuasca ganha contornos políticos por envolver recursos florísticos de inestimável valor psico-social e espiritual. Os seus usuários consideram o “vinho das almas” como um instrumento físico-espiritual que favorece a limpeza interior, a introspecção, o autoconhecimento e a meditação. Utilizar ayahuasca aqui na Amazônia é beber do próprio poço de nossa ancestralidade e da magia que representa a nossa milenar resistência. Aqui na floresta, protegidos pelos entes fortes de nossa religião animista e natural, nossos ancestrais não precisaram “miscigenar” sua fé. Não foi necessário fazer como os negros escravos, que deram nomes de santos católicos aos seus deuses africanos. Nossos ancestrais indígenas não precisaram batizar Iemanjá de Nossa Senhora ou Oxossi de São Sebastião para se protegerem da fé unilateral do dono da terra e das almas. É que entre nós a terra era de todos e o único dono era o senhor da chuva, do orvalho e do sol. A beleza coletiva dos recursos naturais era compartilhada por toda a aldeia, do curumim ao sábio ancião. A ayahuasca era a essência espiritual dessa convivência material fraterna e universal entre as árvores carinhosas, os riachos irmãos, os pássaros cantores, os peixes, as larvas, os insetos, as flores. A ayahuasca ancestral era o elo entre a terra e o espírito. Se não fosse uma erva espiritual e mágica, trazida pelas mãos milenares dos povos indígenas amazônicos, ela não teria resistido ao tempo. Por isso é natural que a ayahuasca atraia cada vez mais o homem branco, esmagado pelo destrutivo modo de vida urbano, elitista, ocidental, capitalista. A ayahuasca não é um chá que se consome como se bebe um líquido ácido qualquer. O seu uso é espiritual e envolve aqueles que o utilizam na mais límpida tradição de amar o próximo e reencontrar os valores que perdemos na caminhada do planeta que se dividiu em castas, cores, fronteiras e etnias. Não entrarei no debate acadêmico sobre o uso de substâncias psicoativas por parte das religiões milenares, das eras pré-colombianas aos templos dos tempos atuais. Não tenho competência para debater os pontos de vista da medicina, da psicologia ou da etnofarmacologia. Ficarei apenas com os resultados do uso milenar da ayahuasca pelos povos indígenas. A milenar história amazônica não registra casos de morte ou de seqüelas à saúde dos povos indígena por terem utilizado a ayahuasca. Nenhum índio, nesses séculos de consumo da ayahuasca, deu entrada no hospital dos brancos ou foi curado pelos pajés. A ayahuasca não é "taliban", seus usuários não se constituem em nenhuma seita, eles não são fanáticos, não há um único caso de morte ou de castigo físico que tenha sido resultado do seu consumo ritualístico. O uso ritualístico da ayahuasca não provoca transes místicos ou de possessão. Ela não age no organismo como a antiga bebida hindu, denominada soma, que se divinizou por afastar o sofrimento, embriagando e elevando as forças vitais. Depois de 4 mil anos de uso sagrado e ritualístico da ayahuasca, os estudiosos da civilização ocidental erguem argumentos anêmicos e endêmicos de uma sociedade que tem medo do "contato" aberto do homem com a natureza. É que eles têm medo da relação amorosa entre o indivíduo e a natureza com os seus elementos poderosos e coletivos. Os sábios e avançados incas utilizaram a ayahuasca para consolidar-se como povo, como nação e para ajudar no florescimento da cultura, da matemática, da agricultura e da astronomia. Não é qualquer planta ou cipó que faz um povo, uma história milenar, uma religião. Só não puderam utilizar a sagrada ayahuasca para produzir metálicos fuzis, pois se assim fosse, não teriam sido dizimados pelos invasores espanhóis. Pizarro não consumiu o “cipó dos mortos”, por isso dizimou tantos guerreiros, mulheres índias, donzelas, pajés, curumins. A ayahuasca resistiu, venceu os invasores e as suas crenças unilaterais, atravessou os séculos, os milênios, unificou as milenares gerações indígenas e suavizou a dor "civilizaria" das eras pós-colombianas. A ayahuasca é a religião da terra para o céu, da matéria eterna e natural para o infinito do sonho humano, a religião natural. Uma verdadeira e única religião do Brasil, aliás, uma colossal e genuína religião amazônica e indígena. Encerro esse ensaio com um relato da experiência física de quem fez uso ritualístico- religioso da ayahuasca: Lembro de tudo nitidamente. Eu via seres de luz carregando lixo da floresta para dentro de uma caminhonete. Muitos seres e muito lixo. Então perguntei para um deles:- O que é isso?Um dos seres me respondeu: - São as suas máscaras, você não pode ver ainda."

* Moisés Diniz é deputado estadual pelo PCdoB do Acre.


Homenagem ao cartunista Glauco assassinaoo em 12 de março de 2010 , feita por Flávio Soares.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Em cima do Muro de Berlim

Eu me lembro dos noticiários daquele novembro de 1989! Poucas semanas depois seria o meu aniversário de 14 anos!

Depois do título paulista do Corinthians com gol de Viola em 1988 e a tremida de chão que o estado de São Paulo teve (realmente a comemoração foi algo muito absurdo), a Queda do Muro de Berlim parecia para mim ser a maior notícia que o mundo já teve!

Mais do que um acontecimento histórico, aquilo tinha gosto de vitória, assim como o gol de Viola pro Corinthians em 1998. Era a vitória do Capitalismo. Pelos noticiários sentíamos o mundo comemorando a queda.

E não foi nenhuma comemoração especial não! Era como seu fosse um título de futebol da torcida de maior número. Com direito a telefonemas e piadinhas com os amigos de alma socialista (a torcida menor).

Nem dá pra entender muito bem a felicidade dos brasileiros com esse acontecimento, mas tudo bem, eu só tinha 14 anos, mas como entendia a alegria do título de futebol, tudo parecia bastante familiar.

Aquela imagem da galera bebada em cima do muro com uma picareta na mão era capaz de empolgar qualquer pessoa moleque em 1989! Ainda bem que a gente cresce!

Depois de crescer, temos a oportunidade de ter contato com algumas publicações estrangeiras e realizar a leitura com afinco e atenção. Não precisa de muita perspicácia para perceber o quanto a imprensa brasileira (que tanto nos influencia) reproduz com fidelidade as opiniões e tendências da mídia estrangeira!

Ops, errei! Mídia norteamericana. No Brasil (e não na língua-portuguesa), esses dois termos são quase sinônimos. Peço desculpas pela gafe.

Isso parece óbvio, mas não é.

Não é claro porque quando lemos editoriais ou escutamos grandes nomes falando sobre a profissão de jornalista no Brasil, escutamos termos como autonomia, democracia, independência, quarto poder, identidade e por ai vai.

É balela!

A imprensa brasileira tratou a Queda do Muro de Berlim como uma grande vitória "para democracia" porque foi exatamente esse o trato dado pela imprensa norteamericana.

Afinal, essa foi a maior vitória dos Estados Unidos no século XX. Nem a vitória na Segunda Guerra ou o julgamento de Saddam tiveram a mesma proporção.

O que o mundo (por meio da imprensa) convencionou chamar de "o fim da Guerra Fria" foi o acontecimento que marcou a grande vitória da história norteamericana. Foi a entrega do título! Do maior título!

Foi quando eles disseram: Conseguimos! Agora o mundo é nosso!

A imagem de Reagan nervoso dizendo para Mikhail Gorbachev "derrubem esse muro agora, esse muro é uma vergonha" (ou algo bem próximo) é uma cena clássica. Não me lembro de nenhum outro presidente dos EUA ou de outro país, sendo tão enfático com nenhum outro assunto.

Enfim, eles fizeram a lição de casa direitinho e realmente para a Copa do Mundo de Futebol é melhor ter uma Alemanha unificada. Já pensou em 2002 no Japão, se o Brasil fosse campeão em cima da Alemanha Oriental ou Ocidental? Isso não teria graça nenhuma!

E, além disso, é chic demais poder ir para um país que vende como souvenir um tequinho do muro! Sou louco pra ter um, mas só indo pra lá porque os chineses ainda não colocaram tecos do muro em linha de produção.

Enfim, após 20 anos a imprensa brasileira noticia a Queda do Muro como algo que foi realmente necessário, pois era o símbolo de uma política arcaica e sua presença contrastava com o que passaríamos a chamar de globalização. Por todos os meios de comunicação a imprensa brasileira esbravejou que o mundo de hoje jamais comportaria uma divisão como aquelas! Isso seria um absurdo ao cubo.

Acho "curioso" não ter visto nenhuma matéria estabelecer uma relação entre o absurdo que seria existir um muro como aquele com o embargo econômico dos Estados Unidos sobre Cuba que data de 1962 e quem em 1992 virou lei e que perdura até hoje. O muro é de 1961!

Você leu certo: lei.

É lamentável saber que nenhum jornalista ou meio de comunicação brasileiro conseguiram estabelecer uma relação tão óbvia entre esses dois fatos com raízes na mesma Guerra Fria e em datas tão próximas.

Pena que não houve nenhuma nota no New York Times sobre o assunto. Mas eles não citarem, eu entendo. Autocrítica realmente é algo muito doloroso. O que eu não entendo é os jornais brasileiros não public...

Ops!

Isso eu também entendo!

Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá...

E os papagaios são aves lindas!

Obrigado Viola!



Souvenir, vendido em Berlim, com um pedaço de algum muro qualquer para lembrar o dia da vitória.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Apenas 20 quilômetros de extensão

5 de junho: Dia internacional do Meio Ambiente.
Dia 05 de junho de 2009 no Brasil: jornais estampam que a mancha de óleo e os objetos encontrados no Oceano Atlântico não são do avião da Air France – voo 447 que caiu nas proximidades de Fernando de Noronha nas primeiras horas do dia primeiro de junho anterior com cerca de 270 pessoas a bordo.
A procura dos destroços ou vestígios do avião conta com esforços da aeronáutica e marinha de diversos países.
Até o momento não há respostas efetivas sobre o que de fato aconteceu. Apenas ligeiros indícios.
Nesse instante temos mais uma grande certeza, os oceanos estão bem mais poluídos do que poderíamos imaginar!
Óleo, lixo boiando fazem parte da nova paisagem marinha!
Nada para ser celebrado neste dia de 2009.

Equívoco: Segundo a Aeronáutica, suposta mancha de querosene de 20 quilômetros de extensão era, na verdade, óleo de navio.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Gardênia: fusão de cheiros

Há anos que estava carente de assistir uma peça teatral que fosse muito mais que espetáculo e boas atuações, longe de qualquer compromisso com a palavra entretenimento.
Carência de uma peça verdadeiramente rica em detalhes, densa em diálogos e ao mesmo tempo leve e solta.
Aquela peça que tem a capacidade de te fazer alegre num contexto dramático e depois consegue buscar lágrimas num contexto de chiste. Fazendo com que você inevitavelmente, trabalhe todos os cantos do cérebro e coração.
Uma peça que mesmo com duas horas de encenação sem intervalos com cadeiras desconfortáveis disfarçadas com almofadas vermelhas, que mesmo acontecendo num lugar tragado de cigarro, sem nenhum ar condicionado, que mesmo com os gritos vindos do ginásio: te toque!
E que toque...
Foi na peça Gardênia que isso aconteceu! Tudo ao mesmo tempo! Fusão pura de qualquer coisa viva.
Dias depois ainda me sinto renovado pela oportunidade de ter visto o mais nobre fruto do trabalho humano.
Ali tem muito suor, muita pesquisa, muita dedicação, muito envolvimento, muito bom gosto e muita delicadeza. É muito mais que trabalho!
Suave, tenso e terno...
A peça Gardênia é sem dúvidas uma celebração!
Cenário, texto, atuação, iluminação, músicas, gestos!
A peça inspirada em O amor em tempos do cólera de Gabriel Garcia Marquez, não poderia ter título melhor: Gardênia!
Vá apreciá-la enquanto ela estiver no jardim...




Gardênia
De 01 a 24 de junho de 2009.
Segundas, terças e quartas às 21h.
No dia 24 de junho às 15h (exclusivo para terceira idade)
SESC Consolação
ww.sescsp.org.br

Ficha Técnica
Criação e Interpretação: Cybele Jácome e Luís Mármora
Direção: Marat Descartes
Dramaturgia: Ana Roxo
Luz, Projeção e Cenário: Cristina Souto
Figurino: Simone Mina
Assistência de Direção: Gisele Calazans
Operadores Técnicos: Jordana Dolores e Ciro Godoy
Estagiários: Ana Andrade, Diego Ignácio, Marilda Matos e Sayuri Luz
Arte Gráfica: Sato
Produção: Fermina Daza Produções
Direção de Produção: Helena Weyne e Luiza Brasca
Realização: El Otro núcleo de teatro
Foto: Divulgação / Newber

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Entrevista - Revista de História da Biblioteca Nacional

Entrevista realizada para a Revista de História da Biblioteca Nacional em 01/03/2009.

João Gurgel, fundador da Gurgel, faleceu no último mês de janeiro. O Clube prestou alguma homenagem, teve algum encontro dos membros onde esse fato foi lembrado? Como foi?
Nós gostaríamos de ter ído ao enterro, mas foi tudo muito corrido e rápido. Somente um de nós conseguiu ir.
Avaliamos que não seria legal fazer uma homenagem em função de seu falecimento, mas preparamos para março de 2009, um passeio off road* no primeiro final de semana após a data de aniversário do Gurgel.
Será um grande evento.
* O evento aconteceu em 29 de março de 2009 na região de São Lourenço da Serra/SP e contou com 20 veículos.

Quantos membros tem o Clube Gurgel Guerreiro?
Temos 976 pessoas cadastradas.

Por que tanta paixão pelos veículos da Gurgel?
Os motivos são diversos, cada proprietário tem uma explicação. São paixões que começam na infância ou até mesmo na fase adulta. Mecânica confiável e design completamente diferenciado de tudo também atraem muitas pessoas.

Qual modelo de Gurgel vc possui?
Um Tocantins X12 e um X15.

Qual sua opinião sobre a história de João Gurgel, as dificuldades que ele teve para criar carros populares e 100% nacionais? Ele foi importante para o Brasil?
Ele teve uma história incrível e fascinante. Uma pessoa muito obstinada pelos seus ideais. Muitas pessoas acham que o processo de falência denota incompetência, mas pouco sabem que a falência foi inegavelmente encomendada com a abertura de mercado da forma como foi, redução de IPI para as empresas multinacionais e a recusa de empréstimo do BNDS, que anos depois deu grana para a Volks produzir o Fusca.
Além disso, não conheço nenhuma outra empresa que possa ter falido em momento de expansão e abertura de uma nova fábrica.
Ninguém fala, nem lembra, mas tem uma fábrica da Gurgel com maquinário importado da Renault e Peugeot em Fortaleza/CE. As máquinas sequer foram tiradas da caixa. Todas as máquinas da linha de produção foram importadas.
Gurgel foi para fortaleza porque dizia que o Nordeste precisava se desenvolver, que uma fábrica de automóveis tem muitos produtos agregados gera emprego em diversas outras indústrias e ramos. Tecidos, borrachas, vidros, peças em geral etc.
Mas mesmo montando a fábrica lá, não teve nenhum incentivo. Nenhum. Anos depois a Ford foi beneficiada com insenção de impostos pelo governo da Bahia.
Isso acontecer não vale questionar, mas deixar de ajudar a Gurgel é uma vergonha na história do desenvolvimento brasileiro.


João Gurgel foi bastante criticado pelas suas inovações. Ele conseguiu produzir carros eficientes, apesar de populares?
Quanto a isso não há questionamento. Quem produziu veículos por quase 25 anos e exportou para 42 países não pode ser questionado quanto a sua eficiência.
Já havia um grande público fiel a Gurgel, pessoas que já estavam no oitavo, quinto carro zero, todos Gurgel.
Porém, a Gurgel só produziu um carro que podemos chamar de popular, o BR800. Todos os demais veículos eram extremamente caros na época. Um X12, por exemplo, era bem mais caro que um Passat, um Voyage etc. O Carajás, Supermini e XEF eram considerados carros extremamente luxuosos.
Esses questinamentos talvez aconteçam porque o BR800 era um veículo pequeno de apenas 800 cilindradas, e mesmo com os congestionamentos nas grandes cidades e todos os problemas que isso acarreta, a nossa sociedade ainda aprecia veículos grandes e potentes, mesmo que seja para pegar congestionamento no momento de ir trabalhar.
É uma questão cultural. Os Estados Unidos também são famosos por gostarem de carros assim. Já na Europa e na Ásia, veículos pequenos, feitos principalmente para o urbano, são bem aceitos e admirados.
Espero poder ter ajudado. Qualquer coisa só falar.
Abraços, sucesso e boa sorte!

Fábio Evangelista

Link da matéria publicada: http://revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=2323

terça-feira, 31 de março de 2009

Despedida de um guerreiro

Há exatos 2 meses atrás, no dia 31 de janeiro de 2009, aos 82 anos, João Conrado do Amaral Gurgel, despede-se de nós, após um longo período de depressão e mal de Alzheimer.Apesar disso, sempre foi um homem forte, tanto fisicamente quanto em relação aos seus ideais. Fez o que até hoje nenhum brasileiro conseguiu, ou seja, fabricar cerca de 44 mil veículos e exportar para 42 países.Desde a faculdade de engenharia, seu objetivo era fazer um veículo urbano, extremamente econômico, pequeno e leve. Já imaginava o caos das grandes cidades brasileiras com veículos pesados, grandes e extremamente poluentes.Para ele, os carros deveriam se adaptar as cidades e não o contrário. Ou seja, a concepção de um veículo deveria levar em consideração aspectos como trânsito, espaços disponíveis para estacionar, alto preço dos combustíveis, uso de combustíveis menos poluentes etc.Ele estava bem à frente do seu tempo, e sempre foi reconhecido por isso.Somente em 1989, ele alcançou seu sonho e fabricou o BR-800 e uma série de outros veículos compactos que utilizam o mesmo o motor. Bem antes disso, nas décadas de 1970 e 1980, chegou a fabricar e comercializar algumas unidades do Itaipu, veículo movido a energia elétrica que tinha autonomia para rodar 60 quilômetros sem recarga. Com tantos feitos, os conhecedores da história da Gurgel imaginam o que ela poderia estar “aprontando” para nós atualmente.Mas para conseguir que um veículo de 800 cilindradas chegasse ao mercado sem grandes alardes, a Gurgel bolou uma estratégia diferenciada. Passou mais de duas décadas fabricando utilitários e veículos com ótimo desempenho off road. Assim, conseguiu a confiabilidade necessária dos consumidores para comprarem um veículo que se mostrava tão moderno.A Gurgel tinha até marketing dirigido especialmente para fazendeiros e jovens caçadores de aventuras.Os ícones que ainda passeiam em trilhas são, principalmente os veículos: X10, X11, X12, Tocantins e o X15, todos com mais de uma versão (teto de lona, teto rígido etc).Infelizmente, Amaral Gurgel não está mais entre nós, mas seu espírito guerreiro continua forte pelas trilhas e asfaltos de 42 países.Sentiremos saudades desse homem de fibra!


Linha de produção da Gurgel Motores S.A. na década de 1980.
Saudações,
Fábio Evangelista
Presidente do Clube Fora de Estrada Gurgel Guerreiro

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Dias mornos

Tem dias que temos a impressão de que tudo deu errado. Sensação que não deveríamos sequer ter saído da cama.
Uma ou mais situação de erro ou azar pode nos dar essa incômoda sensação.
Isso deve ser resultado do dom humano de dar mais atenção para aspectos negativos do que para aspectos positivos, afinal nem o pior dia da vida foi composto somente por coisas negativas.
No mínimo não faltou água, o papel higiênico não acabou etc, etc, etc...
Essa coisa pessimista talvez seja algo remanescente do tempo em que os nossos antepassados viviam em cavernas e os perigos eram tão evidentes e vivos que o otimismo devia ser visto com certa leviandade.
A luta pela sobrevivência não devia ser nada fácil.
Viva o pão de açúcar!
Sabendo que coisas ruins acontecem inevitavelmente, deveríamos agir com mais naturalidade com as partes “não-boas” da vida. Entendê-las como parte da essência humana, que ajudam a manter a chama acesa.
Já criança deveríamos aprender a deixar as coisas ruins são parte integrante da vida.
Errar por errar, bater a cara por bater, sentir a dor da pancada e nada mais! Sentir tudo como uma experiência de vida viva! Algo essencial.
Fazer esforços para que esses movimentos aconteçam de forma natural. Acontece e ponto!
Vendo naturalidade nisso, poderíamos aproveitar a sequência de fatos para abrir as portas para os bons acontecimentos.
Mas, nada é tão simples assim.
Porém, se houver um entendimento de que um dia de erros pode ser melhor do que um dia que passou despercebido, chegaríamos à conclusão que não há nada pior que dias que jamais serão lembrados, dias em que, mesmo querendo, será impossível tirar alguma lição...
Afinal, fomos treinados para aprender com as coisas ruins da vida.
Evidente que ninguém lembra de todas as coisas boas e ruins que viveu. A memória além de trair é seletiva!
Esses dias em que nada acontecem são mornos!
Nem quente, nem frio: o morno!
Nem algo bom, nem algo ruim...
Dias de nenhuma emoção!
Dias de nenhuma convicção!
Dias de nenhuma lição!
Não estou falando de rotina, pois há rotinas que podem ser extremamente calientes e outras um tanto quanto desgastantes.
É aquele típico fim-de-semana que na segunda-feira ninguém sabe dizer com precisão ou emoção o que aconteceu: nem um corte no dedão, nem um arroz queimado, nem um computador que pifou, nem uma decepção, nem uma tristeza, nem um telefonema...
Do jeito que vivemos sequer conseguimos perceber que há coisas piores que a tristeza. E que a tristeza por causar emoções, reflexões e possibilitar mudanças não é algo tão ruim assim...


fábio evangelista.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Por um mundo sem buzinas

A cada dia observo mais o trânsito da cidade de São Paulo. A intolerância e o desrespeito são tão latentes que não é muito difícil reparar. São tantos exemplos cotidianos, que juntos dariam um belo livro sobre crônicas!
Considero esse um assunto muito interessante, até porque a agressividade no trânsito muda de lugar para lugar.
E São Paulo, certamente é um dos maiores vikings dessa brutalidade...
Um lugar onde ninguém diminui a velocidade ao se deparar com um pedestre, podem até desviar para evitar o pior, mas o fazem xingando e com loooooooonnnngas buzinadas! Mesmo que após vinte metros ele tenha que ficar parado no próximo semáforo por alguns minutos. Mas antes, ele não podia diminuir a velocidade...
É uma pressa pra chegar no próximo semáforo que chega a ser contagiante!
Quem já passou por isso, sabe o que é humilhação e desrespeito em via pública.
Já no Distrito Federal não! Mesmo sem os semáforos, o pedestre coloca o pé na faixa, os carros imediatamente param.
Ao pegar um carro emprestado em Brasília, já fui logo avisado: pare na faixa de pedestre mesmo sem o semáforo!
Aquilo é uma aula de civilidade incrível. Duvido de outro lugar que apresente tamanho respeito não ao pedestre, e sim ao “ser humano”...
Porque esse papo de chamar de pedestre, parece desculpa para poder atropelar, buzinar, xingar, desrespeitar etc.
Todos esquecem que o trânsito é composto de pessoas e não de veículos, motoristas, passageiros e pedestres.
Em São Paulo também é “interessante” a nova função da buzina. Ela deixou de ser de algo para chamar a atenção, de alerta, para ser punitiva. E todos adoram punir...
É a prática mais divertida da cidade. Esse é a única explicação plausível para tal buzinaço sem cunho político ou partidário.
A qualquer erro de outro motorista, as vezes nem erro foi, lá vem aquela buzinaaaaaaaaaaa... como se ninguém nunca tivesse feito alguma bobagem no trânsito...
O carro da frente freiou, mas ele tinha que freiar... o de trás estava desatento... ele fica p... da vida e buzinaaaaaaaaaaa...
O “pedestre” está atravessando uma grande avenida, no meio do trajeto o semáforo abre (isso é muito comum em São Paulo), os “carros” e “motos” aceleram e buzinammmmmmmmmmmmmmm pra cima do "pedestre" desrespeitoso.
Todo mundo sabe que a pessoa não tem culpa de estar no meio da avenida e o semáforo abrir, mas o desgraçado merece punição...
E para piorar a história, todos são punidos! A poluição sonora de São Paulo é algo intragável... reclamamos do ar, mas a poluição sonora aqui também é muito agravante. Não interessa se a rua é residencial, se tem hospital, é buzina pra todos!
Democracia para os ouvidos! Aqui ninguém fica sem buzina!
Seguindo os exemplos dos motoristas paulistanos e agregados, envio uma longa e calada buzina pra eles.
Querer respeito no trânsito não é pedir muito.
Singela homenagem póstura para Márcia Regina de Andrade Prado, que morreu atropelada enquanto andava de bicicleta pela avenida Paulista no dia 14 de janeiro de 2009.