quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Acende o farol

Apenas quatro temas me chamam atenção para o que poderia ser o texto do último dia do ano:
  • o ataque de Israel a Palestina;
  • as curiosidades de Brasília;
  • os valores de uma amizade;
  • a nuancesdo amor.

Mas por algum motivo não encontrei o fio da meada de nenhum desses temas. Lamento por mim.

Agora, espero o banheiro esvaziar para sair e consertar o estepe.

Ainda que de carro emprestado, passar o reveillón com pneu furado não deve ser um bom presságio.

Feliz 2009!


Pneu furou, acende o farol, acende o farol...

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

O ataque das raposas

Sai hoje a decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a demarcação contínua ou não das áreas indígenas Raposa do Sol, em Roraima.
Os limites da reserva, que ocupa área de 1,7 milhão de hectares no estado de Roraima, foram demarcados em 1998, durante o governo de FHC, e homologadas em 2005, pelo presidente Lula. Porém, vale ressaltar que a primeira tentativa de demarcação de terras nessa região aconteceu entre os anos de 1919 e 1921.
Em 1996, pouco antes da demarcação, FHC instituiu que aqueles que se sentissem prejudicados entrassem com recursos contra a decisão: apenas 46 pessoas contestaram! A maioria fazendeiros. Todas as contestações foram rejeitadas no ano seguinte. E isso abriu as portas para o decreto de 1998. Renan Calheiros era o então ministro da Justiça.
Desde então, todos os governadores de Roraima sem exceção, lutam para que essa decisão não tenha validade.
Após o publicação do decreto de 1998, que obriga a saída imediata de não-índios da reserva, um grupo de seis fazendeiros resiste em deixar as terras mesmo com o ressarcimento financeiro.
Seis, que juntos sequer poderiam formar um time de vôlei tendo um no banco como reserva! Ou seja, o problema deles com “reserva” é grande!
Nesse cenário, a Polícia Federal foi acionada, e temos novos conflitos armados pela posse da terra. Antes, os conflitos também existiam, mas a Polícia Federal não estava lá!
Com essa é uma briga de gente grande, mas não numerosa, todo o processo é interrompido! A Polícia Federal baixa as armas.
Após o sensato cessar-fogo novamente inicia-se uma batalha de tribunais!
De um lado, os índios defendem que o decreto seja respeitado. De outro, os plantadores de arroz se recusam a sair.
O lamentável é ver o envolvimento de prefeitos, governadores e deputados nessa briga. Muitos inclusive, com mandatos cassados por processos de corrupção. Até alguns figurões do exército entraram nessa bandeira de: tradição, arrozeiros e propriedade.
É difícil acreditar que muitos deles foram eleitos somente pelo voto dos seis fazendeiros.
Estamos em um país que continua, por meio de seus figurões, empenhado em defender fazendeiros que recrutam trabalhadores para brigar pelos seus próprios interesses!
É triste ver um estado lutando com unhas e dentes pela plantação de arroz. Arroz!!!!! Não é silício, não é ouro! É arroz!!!
Um governo que diz que defende os plantadores rurais, mas na verdade, deseja o direito de realizar a exploração de recursos minerais da reserva, como se essa atividade fosse a solução para a prosperidade financeira dos trabalhadores.
É lamentável que após 90 anos, o Brasil ainda não tenha conseguido realizar a demarcação de uma única e contínua reserva indígena no estado de Roraima!
Será que o senhor governador do estado não consegue vislumbrar na reserva indígena possibilidades maiores?
Até quando o estado de Roraima vai depender da produção de arroz?
Quando esses senhores feudais aparecem na mídia, eles citam uma pseudo população que depende da produção de arroz e esquecem-se de mencionar os fazendeiros, os únicos verdadeiramente interessados nisso!
Vale lembrar, que essa plantação de arroz é completamente irregular! Que se fosse respeitada a área indígena, eles não estariam fazendo fortuna desmatando para a prática da agricultura latifundiária.
Ninguém nasce pra ser plantador de arroz! Ninguém quer lutar pra ser plantador de arroz!
As pessoas querem emprego, vida digna, comida no prato e isso pode ser alcançado com diversas formas de trabalho e sustento!
Que essa aprovação seja positiva!
Será apenas uma batalha vencida nessa guerra de 90 anos!
Pelo menos, assim, vamos aos poucos e empurrando com a barriga a preservação da fauna, da flora e da cultura indígena que lá resiste.
Em protesto, coma somente arroz “made in china”.


Rondon no topo do monte Roraima, na fronteira do Brasil com a Venezuela e a Guiana Inglesa, com as bandeiras dos três países, e acompanhado de índios macuxis, em 27 de outubro de 1927. O ataque de certos ideólogos militares à demarcação da reserva Raposa-Serra do Sol afronta o pensamento e obra do marechal. Ele valorizava a existência de Nações Autônomas indígenas. Imagem do Jornal da Unicamp.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

E de repente um vaso sanguíneo estoura... por mais de duas horas, o sangue sai pela primeira vez ao encontro ao mundo externo... direto pro papel higiênico. No mais absoluto suicídio molecular...
No hospital tem a sorte de se deparar com gaze e adrenalina...
Chega, a aventura acabou!
A adrenalina venceu! As portas foram cerradas...
Depois da porta trancada vem a mensagem cerebrasl: a vulnerabilidade é impressionante... ser vulnerável poderia, pelo menos, ser menos assustador...
Ainda bem que o vaso não “caiu” na cabeça de ninguém...