segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Para quem pari

Somos inevitavelmente paradoxais!
Quando algum casal ou alguma amiga anunciam a gravidez, tratamos de festejar, de parabenizar, de emanar bons pensamentos...
Tratamos de torcer para que a criança chegue com saúde e abençoe a vida daquela família...
Perguntamos qual será o nome, onde vai nascer, a data prevista para o nascimento, calculamos signos e construímos teorias de como será a nova vida com a chegada de uma nova vida!
Quando a criança nasce, ficamos felizes e mais uma vez parabenizamos os pais que estão em plena euforia e muitas vezes, um tanto quanto atarefados com o novo cotidiano.
Sabemos o quanto a felicidade de receber um novo membro no mundo mobiliza pais, amigos e parentes!
É talvez, o momento mais feliz na vida das pessoas...
O amor nasce antes mesmo da criança nascer!
Temos total noção da benção e da felicidade dessas pessoas...
Mas... por toda a nossa incoerência, um ano após, esquecemos totalmente dos pais que parabenizamos há bem pouco e dizemos parabéns somente para os filhos!
Ou seja, a data só é celebrada em função daquele que nasce e não daquele que pari...
E devemos mesmo celebrar o aniversariante! É lindo e fraternal lembrar-se da data de nascimento, celebrar a vida, dar um abraço, um beijo, desejar votos e sem nenhum problema moral, presentear.
Mas por que será que também não celebramos os pais? Por que não ligamos para os pais e dizemos, parabéns pelo primeiro aniversário de mãe! Parabéns pelo primeiro aniversário de pai! Parabéns pelo primeiro aniversário de avó!
Acho que podemos nos esforçar nisso... fazer nascer entre nós uma nova tradição de congratulações...
E nem me venha falar que existe o dia das mães e o dia dos pais. Apesar de datas lindamente comemoradas, a data do parir é bem mais!
Amanhã, às 15h55 ligarei para a minha mãe para parabenizá-la, pois há 33 anos atrás ela deveria estar em plena euforia dando a luz, enquanto eu, recém-nascido, nem sabia o que esse mundo representava!
Parabéns para todos!





Um comentário:

  1. Belo texto, gostei.
    Parece que entre certas culturas orientais é mais comum a valorização dos pais e antepassados etc...
    O Ocidente - um acidente - que parece valorizar de mais a "novidade", a "juventude"...e não a experiência.

    Parabéns pelo aniversário de sua mãe!

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